Uma das coisas mais fascinantes da globalização é a regionalização. Sim, a regionalização. Quanto mais o mundo caminha para um ambiente altamente conectado e sem barreiras físicas, sociais ou culturais, mais observamos que a tecnologia trabalha em prol de uma comunicação mais pessoal, exclusiva, singular. É a versão 2.0 de um diálogo tête-à-tête mediado por máquinas e satélites.

Esse “diálogo”, é claro, não substitui o “diálogo”, porém demonstra que ao mesmo tempo em que grandes conglomerados midiáticos amplificam seus tentáculos de ação, a comunicação procura, cada vez mais, migrar seu contato para uma conversa segmentada, customizada, entregando aos prosumers (produtores e consumidores de informação) grande parte daquilo que ele procura, deseja ou possivelmente almejará. Não há mais espaço para a massificação generalizada. O próprio número crescente de emissoras afiliadas é uma prova dessa regionalização da comunicação.

É claro que não podemos ser utópicos pensando que o marketing facilmente sairá dos grandes centros urbanísticos de um país, como São Paulo, Rio de Janeiro ou Porto Alegre, regiões densamente povoadas e industrializadas, para locais mais remotos, com mercados mais carentes. É possível contar em uma mão (com sobra de dedos) agências, empresas ou eventos focados para locais fora das capitais, mas a tendência é uma mudança gradual, sim.

A ponte aérea RJ-SP

Isso, obviamente, vem mudando. Com o advento da web 2.0 e suas ferramentas de compartilhamento de conteúdo, os centros urbanos mais ricos saíram na frente, mas aos poucos regiões que antes eram “anônimas” começam a ganhar um protagonismo no cenário nacional. E por questões óbvias, a comunicação digital como um todo já tem enxergado esse segmento, direcionando uma gama cada vez maior de ações para esses “novos públicos”.

Público esse que sempre existiu, mas que agora pode ter uma maior participação, já que o país caminha de maneira relativamente eficiente no aumento da renda dos brasileiros, assim como a maximização do acesso à banda larga, fator fundamental para o desenvolvimento de uma nação. Somas como estas trazem benefício para a população, para o país e, principalmente, para a comunicação, que se reinventa e ganha novos mercados de atuação, altamente competitivos e sofisticados.

E você? A sua empresa continua na ponte aérea RJ-SP ou já percebeu como é gigante e diversificado esse Brasil?

Texto no Observatório da Imprensa.